A corda é um dos grandes símbolos do Círio de Nazaré. Neste ano, foram 400 metros do objeto que conecta os promesseiros a Berlinda, e mesmo com a campanha da diretoria do Círio pelo não corte antecipado, ela foi partida antes mesmo de ser desatrelada da Berlinda com a imagem de Nossa Senhora.
A separação ocorreu por volta das 9h40, antes da entrada da Imagem Peregrina na avenida Nazaré, reta final do trajeto.
Os romeiros levam os pedaços da corda como lembrança. Nas redes sociais, é fácil encontrar quem exiba o objeto com orgulho.
Em sites de venda, já há até anúncios de venda de supostos pedaços da corda deste ano.
A internauta Cleia Marcel estava perto do momento que a corda foi cortada. “Foi um desespero. Saíram empurrando as crianças, idosos e quem aparecesse pela frente. Uma atitude lastimável. Não é a corda que protege ou salva quem quer que seja, ou compre, é a fé. E isso esses indivíduos não tem. São oportunistas que estragam a romaria e prejudicam os demais romeiros”.
Renata Barbosa também criticou a atitude. “Se for pra atrapalhar promesseiros de verdade a pagarem sua promessa, nem saiam de casa. Lamentável e revoltante! A corda é um símbolo de fé não um objeto a ser comercializado”.
HISTÓRIA
A corda foi incorporada ao Círio há 161 anos. Em 1855, as cordas foram atreladas à berlinda para que os romeiros a puxassem, a fim de que a procissão seguisse sem os transtornos causados por enchentes próximas ao Ver-o-Peso.
Segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) pelo menos 7.600 promesseiros puxaram a corda este ano.