A equipe técnica de Gerência da Região Administrativa do Mosaico Lago de Tucuruí (GRTUC), vinculada ao Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio) recebeu, na última semana de maio, técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). A visita aconteceu na região do Lago de Tucuruí, no sudeste paraense.
Na ocasião, a equipe da GRTUC apresentou aos visitantes as atividades desenvolvidas no Projeto de Monitoramento de Desembarque Pesqueiro realizado nos municípios da região do Mosaico Lago de Tucuruí. O Projeto acompanha o desembarque da pesca feita por habitantes da região e acontece por meio do Sistema de Monitoramento de Unidades de Conservação Lago de Tucuruí (SisMULT). Implantado pela GRTUC, é uma ferramenta informatizada de gestão que reúne dados sobre os pescadores e os recursos pesqueiros das Unidades de Conservação que compõem o Mosaico Lago de Tucuruí.
Os técnicos conheceram os portos de desembarque de pescado da região e conversaram com pescadores, presidentes de colônias de pescadores e monitores dos portos. Para Cesar Augusto Horie, analista ambiental do ICMBio, “esse tipo de atividade é muito importante para dirimir dúvidas sobre a adoção de protocolos de monitoramento já estabelecidos em unidades de conservação que possuem foco nos recursos pesqueiros”.
O intercâmbio é fruto do compartilhamento de experiências na criação do SisMULT e na gestão da região do Mosaico Lago de Tucuruí. O Sistema foi apresentado, no início de 2018, durante uma oficina do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (MONITORA), promovida pelo ICMBio em Manaus.
“Durante a apresentação na oficina os especialistas cogitaram que essa ferramenta tem grandes chances de se tornar um protocolo para o monitoramento dos desembarques pesqueiros e agora, nesse intercâmbio, vieram conhecer de perto o SisMULT e o Projeto de Monitoramento do Desembarque Pesqueiro”, conta a engenheira de pesca e servidora do Ideflor-bio, Jossandra Pinheiro.
Ainda durante o intercâmbio, os visitantes reconheceram o potencial e a abrangência do SisMULT. “A ferramenta é muito robusta, com funcionalidades excelentes que permitem desde a avaliação dos recursos pesqueiros explotados, até uma análise socioeconômica dos atores envolvidos na cadeia da pesca”, enfatizou Cesar Augusto Horie.
Com a visita técnica, abre-se a possibilidade de que a ferramenta produzida pela GRTUC sirva como modelo para o monitoramento pesqueiro em outras UCs do Brasil. “Essa troca de experiências é fundamental para entender o funcionamento das práticas de monitoramento e tentar implementar o sistema em outras unidades de conservação”, ressaltou Enzio Meixedo Chiarelli, consultor do IPÊ.